22 set 2025 | 11:15:11

No Bien Ni Mal e Ricardo Felizzola são matérias de capa do site da Blood Horse

Confira a publicação de Sean Collins no tradicional veículo norte-americano.


Brasileiros são tema de matéria da Blood Horse.

Imagem: Blood Horse

Os turfistas brasileiros que, nesta segunda-feira (22), acessaram o website da Blood Horse - um dos mais importantes e tradicionais veículos da mídia especializada em turfe, ao redor do mundo - depararam-se com a matéria de capa do noticiário estampando No Bien Ni Mal e seu proprietário, Ricardo Felizzola (titular do Duplo Ouro Stables).

Assinado por Sean Collins, o texto, intitulado "Felizzola Chasing American Dream with No Bien Ni Mal" (em português, "Felizzola perseguindo o sonho americano com No Bien Ni Mal") aborda a recente conquista do cavalo brasileiro, bem como os planos de seu proprietário - e, ainda, do treinador Paulo Henrique Lobo - para o futuro de sua campanha.

A matéria original pode ser acessada AQUI.

Confira, abaixo, a tradução livre.

***

Ricardo Felizzola, do Duplo Ouro Stables, é proprietário de cavalos PSI, no Brasil e no Uruguai, há, aproximadamente, 40 anos, mas sempre sonhou que, um dia, teria um cavalo que lhe permitisse competir nos Estados Unidos.

Sua paciência foi recompensada por No Bien Ni Mal, que, no dia 20 de setembro, apresentou-se ao patamar das corridas clássicas, nos Estados Unidois, om um triunfo autoritário, por 1 corpo e 3/4 de vantagem, no Greenwood Cup Stakes (G3) em Parx Racing.

Felizzola esteve presente ao hipódromo, após passar alguns dias com o treinador Paulo Lobo, acompanhando o Keeneland September Yearling Sale, antes de viajar a Bensalem, Pensilvânia, para ver sua farda dourada posar para a foto da vitória. Felizzola é amigo de longa data da família Lobo: o pai de Paulo, Selmar, treinou seus animais, há 30 anos, em São Paulo.

“Meu sonho era ter alguma operação aqui nos Estados Unidos”, disse Felizzola. “Esperei (pelo cavalo certo) e esse cavalo apareceu no Brasil. Felizmente, ele (No Bien Ni Mal) já me deu dois presentes.”

O primeiro desses presentes foi a estreia norte-americana do alazão de 4 anos, no dia 10 de agosto, quando, após tropeçar na largada, ainda assim superou Hop Sing, numa disputa acirrada, para vencer um allowance, na distância dos 1.800 metros, em Saratoga.

Filho de Hofburg, No Bien Ni Mal mostrou talento em seu país natal, o Brasil, competindo em distâncias entre 1.300 a 1.600 metros, vencendo um black type e obtendo duas colocações em provas de G3. Contudo, ele foi levado aos Estados Unidos para competir em distâncias mais longas, como demonstrado em sua vitória no allowance, em 1.800 metros, e no Greenwood Cup (G3), com 2.400 metros.

“Todo o pedigree é para fundo”, disse Lobo. “Acho que ele tem um futuro brilhante aqui (na América), um futuro muito brilhante.”

Hofburg, um filho de Tapit criado pela Juddmonte, venceu o Curlin Stakes (1.800 metros), em Saratoga, em 2018, após formar a dupla no Florida Derby (G1, 1.800 metros) e finalizar em terceiro no Belmont Stakes (G1, 2.400 metros), quando superado pelo tríplice coroado Justify.

Sua mãe, Una Beleza (por Signal Tap), venceu o Grande Prêmio Henrique de Toledo Lara (G1, 1.800 metros) e o Grande Prêmio Diana (G1, 2.000 metros) em 2010, sendo eleita a melhor potranca de 3 anos do Brasil.

No Bien Ni Mal teve sua primeira oportunidade acima da milha no mês de dezembro do ano passado, quando finalizou 8 corpos e 1/4 à frente dos adversários no GP Paraná (G3, 2.000m) no Tarumã, no Brasil, antes de ser desclassificado para o nono lugar. Um mês depois, no Uruguai, finalizou em quarto no Gran Premio José P. Ramírez (G1, 2.400m), em Maroñas, a 3 corpos do vencedor.

Felizzola recebeu várias ofertas para comprar o cavalo, mas, dado seu sonho de competir na América e sua relação com Lobo, recusou todas.

“Não, não, não, resolvi seguir com ele”, disse Felizzola. “Decidi realizar meu sonho.”

Agora, com duas vitórias nos EUA, o sonho só tende a crescer.

“Estou preparando-o para o ano que vem”, disse Lobo. “Estamos pensando grande com esse cavalo, talvez (a Dubai World Cup de US$ 12 milhões) no próximo ano. Ele é um cavalo muito bom.”

Antes de Dubai, a próxima tarefa seria selecionar a terceira corrida norte-americana de No Bien Ni Mal. Uma das principais opções é o Clark Stakes (G2, US$ 600 mil) em Churchill Downs, no dia 28 de novembro (1.800m), mas Lobo possui aspirações ainda maiores, caso surja um convite.

“Se ele receber um convite para a Breeders’ Cup Classic, nunca se sabe”, disse Lobo. “Acho que ele adoraria a distância dos 2.000 metros. Se nos derem a chance de um convite, seria ótimo.”

No Bien Ni Mal não está inscrito na Breeders’ Cup e seu proprietário teria de pagar uma taxa suplementar de US$ 100 mil. Mas sua equipe parece disposta a arriscar em Del Mar, no dia 1º de novembro, em um dos maiores palcos dos Estados Unidos. Lobo espera que o apelo internacional do cavalo ajude a garantir o convite.

“É importante porque ele vai atrair toda a torcida da América do Sul”, disse Lobo. “Acho relevante para a Breeders’ Cup perceber isso.”

Independentemente de participar ou não da Breeders’ Cup este ano, o cavalo já inspirou Felizzola a ampliar sua participação, nos Estados Unidos. O Duplo Ouro é proprietário de outro filho de Hofburg, Obstacle, que Felizzola planeja levar para os Estados Unidos no próximo ano.

Após duas derrotas no início do ano, Obstacle retornou de uma pausa de seis meses, no dia 14 de setembro e, subindo de 1.000m para 1.800 metros, venceu de forma impressionante o Clásico Criadores Nacionales (G3), no Uruguai, com recorde de 1:46.18.

“Ele é outro cavalo espetacular que pode vir no ano que vem”, disse Felizzola.

Tanto No Bien Ni Mal quanto Obstacle foram criados no Brasil pelo Haras Santa Maria de Araras, onde Hofburg atua como garanhão. Felizzola elogiou a operação, chamando-a de “o maior e melhor lugar que cria cavalos” no Brasil.

Felizzola também é grande fã de Hofburg e tem apoiado o garanhão comprando vários de seus produtos. No Bien Ni Mal é da primeira geração de Hofburg.

Tendo corrido exclusivamente na areia durante sua carreira, Felizzola declarou que uma das dificuldades do garanhão é estar localizado em um país que privilegia corridas na grama.

“Na minha opinião, os filhos de Hofburg rendem muito melhor na areia”, disse Felizzola. “(No Bien Ni Mal) no Brasil correu em cinco hipódromos, sempre procurando pista de areia.”

Estreando na grama (sobre a qual produziu suas três primeiras corridas), No Bien Ni Mal agora conta com cinco vitórias em nove corridas na areia, sem contar sua desclassificação de primeiro lugar. Se mantiver esse sucesso e Obstacle juntar-se a ele, isso só ajudará a promover a reputação de Hofburg como garanhão.

De qualquer forma, Hofburg já ajudou Felizzola a realizar seu sonho — e com sucesso.

“Meu sonho se tornou realidade”, afirmou Felizzola.

 

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